quinta-feira, 5 de junho de 2008

Os ingleses

Hoje estava lendo o comentário do meu muito querido amigo Ronaldo onde ele fala que eu não preocupasse com os ingleses e que se fosse um de nós brasileiros que estivesse por lá eles não se preocupariam. Esta é com toda certeza a verdade. Digo isto por tudo que já vivi lá fora. Por isto sempre quero dar um tapa de luvas e como é bom ver o resultado. É muito gratificante ver um gringo comendo melado com queijo, rapadura com café, pão de queijo com geléia de manga, feijão tropeiro, biscoito frito, bolo de fubá, tutu de feijão, couve com alho e bacon e um bom pedaço de goiabada entre outras delícias da nossa comida mineira. Assim talvez eles possam perceber o quanto cada pessoa, principalmente um bom mineiro, é afetivo, receptivo, hospitaleiro, carinhoso. Talvez assim eles possam ficar sensibilizados e quando a situação se inverter e eles forem nos receber, não nos sirvam um repolho congelado e sim uma comidinha insosa mas com alguma pitada de sensibilidade e carinho. Será? Não custa tentar. E também assim podemos proporcionar aos nossos queridos colegas um prazer à mesa. Tenho sentido o retorno de muitos colegas e fico feliz de poder dar a minha parcela de contribuição para que, pelo menos na hora do almoço possamos ter um momento de confraternização que é tão difícil de acontecer. Minha maior alegria é ver o nosso restaurante cheio e as travessas vazias no final do serviço. É ver e sentir que o investimento que fiz em mim, quando era a hora dos meus filhos não foi em vão. É sentir que posso e que gosto de cozinhar, de inventar na cozinha, de sentir a panela chiando e o alho espalhando cheiro por além das paredes da cozinha e do restaurante. É muito gostoso ver as pessoas chegando, o almoço atrasado e ninguém reclamando apesar da fome. Está sendo uma grande experiência trabalhar sem dinheiro, fazer as compras todos os dias, modificar o cardápio previamente elaborado e estudado por absoluta falta de grana. Abrimos o restaurante na raça e também na raça estamos vencendo. Até quando não sei. Mas vivamos o momento. Espero que a cozinha também possa fazer parte do cartão de visita que estes gringos vão levar de volta para casa. É isso aí.
Ronaldo, valeu mais uma vez. Obrigada amigão e um beijo.