quarta-feira, 2 de abril de 2008

Turismo gastronômico

"Quem viaja muito sabe que às vezes pode ser difícil se lembrar do nome daquela linda praia que se visitou no último passeio, ou daquele museu com o qual todos ficaram encantados. Mas ninguém consegue esquecer do prato saboroso experimentado ou daquela comidinha comprada às pressas em alguma barraquinha de guloseimas locais. E, só de lembrar, já dá água na boca, saudade e vontade de comer de novo. Isso acontece porque nossa memória gastronômica é mais aguçada do que as outras, além de muito mais prazerosa.
Existem muitos turistas que escolhem o destino de suas viagens em função da experiência de se experimentar a culinária local de uma região, e que sabem como é bom e proveitoso gastar algumas horas do dia sentados na mesa de um restaurante para se deliciarem com os diferentes e diversificados sabores oferecidos.
Ao degustar um prato típico, não estamos levando à boca apenas uma mistura de ingredientes, mas uma rica experiência, de muitos anos de aprimoramentos que passaram de geração para geração até chegar a nós. Por isso, é bom saber que o prazer de uma boa mesa é uma emoção semelhante à leitura de um bom livro, ou à ida a uma boa peça de teatro ou a um show musical.
Essa modalidade turística em busca de novas cozinhas é conhecida como Turismo Gastronômico e pode revelar, com algumas garfadas, histórias, ritos, modas, modos e a cultura em geral do povo da região que se visita. No Brasil, nossa rica culinária regionalizada é quase impossível de ser generalizada em um só tipo de prato como o arroz com feijão, por isso, conhecer os hábitos alimentares de um destino se torna, cada vez mais, uma forma de aprender sobre nosso país e o universo de seus sabores.
É também por esse motivo que nossa culinária deve ser encarada como uma atração turística de grande importância e incorporada ao patamar de Patrimônio Cultural para serem preservadas e transmitidas a gerações futuras, bem como já se fazem em países como Portugal, México e França.
A história da nossa gastronomia, assim como a do nosso povo, está relacionada com a miscigenação racial entre índios, africanos e europeus iniciada há muitos anos atrás. Dos índios vieram os produtos cultivados em nossa terra fértil, como o milho, a mandioca (aipim), o caju e muitos outros alimentos. Foram eles os criadores da farinha de mandioca, da tapioca e dos mingaus doces e salgados que hoje já fazem parte dos hábitos locais em diversas regiões do país. Dos africanos foram trazidos o hábito de consumo do azeite de dendê, do feijão e dos pratos com frutos do mar. Dos europeus, principalmente os portugueses, foram incorporados o hábito de se consumir a carne de boi, carneiro, porco e bode; alimentos defumados, doces em conserva, a bebida destilada, além do leite e seus derivados.
Até o final desse Roteiro será possível conhecer vários pratos regionais brasileiros feitos com esses produtos. Mas se a questão for saber qual o prato nacional mais procurado por estrangeiros que visitam o país, a resposta não deve ser uma surpresa: é a feijoada. Quem vem de fora se encanta com a panelada de feijão preto de caldo grosso cozido com uma grande fartura de carnes salgadas, defumadas e frescas. Seus acompanhamentos como a couve picada bem fina refogada com alho, e a farofa feita na manteiga, servidas junto do arroz e de pedaços de laranja fazem sucesso em qualquer lugar, aqui ou no exterior."

Fonte: http://www.brasilviagem.com/materia/

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